O que espreita no escuro
de nós mesmos nos afasta,
cheira e depois rejeita-nos
como um monstro horrível,
para podermos começar de novo.
O que cresce no cinzento
corrige os adeuses, descora-os
como sonata de Schubert
numa manhã de chuva,
para podermos voltar de novo.
O que habita no branco
apaga os poemas, espalha-os
como ondas de um lago adormecido
que uma mão de criança desperta,
para podermos escrever de novo.
Alfonso Brezmes
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