segunda-feira, 13 de maio de 2019





E as máquinas de entranhas abertas, 
e os cadáveres ainda armados, 
e a terra com suas flores ardendo, 
e os rios espavoridos como tigres, com suas máculas, 
e este mar desvairado de incêndios e náufragos, 
e a lua alucinada de seu testemunho, 
e nós e vós, imunes, 
chorando, apenas, sobre fotografias, 
— tudo é um natural armar e desarmar de andaimes 
entre tempos vagarosos, 
sonhando arquiteturas. 

Cecília Meireles





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