segunda-feira, 12 de junho de 2017






Sentada esperava-te
na pedra de sempre.
À margem do tempo
escrevia meus versos no chão
enquanto o vale entardecia
e a linha da sombra
subia devagar
pela outra encosta.
Imóvel desfolhava a solitária flor do desalento.
Virá, não virá.
Quando as sombras atingirem a casa,
quando o último raio acariciar o cume...
E tu sempre voltavas,
os bolsos cheios de calor,
ao chegar o tempo frio.



Irene Sánchez Carrón, Borboletas no estômago







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